segunda-feira, 13 de junho de 2011

::..Tudo começa a fazer sentido..::


"Fairy lady, who stands on the walls
Life is short and wait is long.." S.


          Quando penso que tudo não passa de mera coincidência, um magnetismo sobrenatural me leva ao encontro dela, não importam as circunstâncias, estamos pisando sempre no mesmo terreno, sempre no caminho uma da outra...


  Enquanto Luna e as demais companheiras de aposento ainda tocavam suas malas ao chão, Bruna já havia organizado toda a sua bagagem, com todos os cuidados e detalhes necessários.
          Neste primeiro momento, a prioridade seria a instalação de todos os irmãos, pois a noite havia avançado e em pouco tempo a bela lua cheia que protagonizava todo o espetáculo natural daria lugar à aurora
        A divisão entre os irmãos fazia-se necessária apenas no momento em que todos se recolhessem. A divisão seria apenas entre os aposentos, um feminino e outro masculino
       O cenário era de imensa elegância, nem mesmo a nobreza teria tamanho privilégio: o assoalho rangia, havia teias de aranha em cada canto daquele lugar, os morcegos reinavam soberanos em seu território. Alguns passos adiante os irmãos se admiravam, uma mistura de pavor e curiosidade ao ver os grilhões, correntes e chicotes. No canto da sala via-se uma cadeira de ferro que em seus braços prendiam dois grilhões, o que lembrava uma cadeira elétrica. A fragilidade da antiga estrutura impedia que fizessem um movimento mais brusco, deixando uma penumbra ansiosa e temerosa no ar sempre que as paredes estremeciam. Bruna ficou fascinada quando se deparou com uma passagem secreta que levava até o templo sagrado.
       Luna observava atenta aquela menina, a única que ao invés de se apavorar como as demais, estava cada vez mais encantada e curiosa. Para Luna, talvez a visão que Bruna tem sobre tudo era a única no mundo todo.
       A noite avançava com mais rapidez do que se esperava. Os irmãos não perceberam que já se passava da quarta hora, pois estavam vislumbrados com todas aquelas novidades
      Os homens adultos conduziram os meninos ao aposento masculino, assim como as senhoras fizeram com as meninas
      A simplicidade era um requisito máximo daquele ambiente. Os quartos eram apenas um espaço onde cada um construía seu ninho com o que puderam levar. Então, todos se acomodaram no chão tomando todo o espaço, com apenas o necessário para separar o corpo do assoalho frio e gasto.
     Bruna, logo de imediato percebeu o hábito que marca a principal característica de Luna:
      Luna deixou para última hora a organização do seu ninho. Todo o assoalho fora ocupado e não havia lugar para que seu ninho fosse construído, quando olhou melhor viu que havia uma fenda bem no canto do cômodo e, então sua cama foi feita, quente e acolhedora, espaço curto, muito próximo ao calor do corpo de Bruna, sentiu seu hálito quente em sua nuca e uma estranha sensação lhe percorreu pelas vértebras. As luzes se apagaram...
  

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